sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Letra P

APENAS A LÍNGUA PORTUGUESA NOS PERMITE ESCREVER ISSO…

Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português, pintava portas, paredes, portais.Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir. Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticarpinturas para pessoas pobres. Porém, pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para pintar panelas, porém, posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas. Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para papai para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris. Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los.Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas. Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precaver-se. Profunda privação passou Pedro Paulo. Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal. Povo previdente! Pensava Pedro Paulo… Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses.Paris!Paris! Proferiu Pedro Paulo. Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir. Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém, Papai Procópio partira para Província. Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo perfeita permissão, penetrou pelo portão principal.Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu: Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias? Papai, proferiu Pedro Paulo, pinto porque permitiste, porém, preferindo, poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal. Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar,procurando pelos pertences. Partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão perfeita: pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus. Partindo pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo. Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas.Pobre Pedro Paulo, pereceu pintando…” Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar… Para parar preciso pensar. Pensei.Portanto, pronto, pararei.

domingo, 1 de junho de 2008

Chaminés

Pensativo, o jovem pergunta: e as chaminés?O vento bate à porta de casa e, pelas primeiras vezes, o guri não pode se esquentar ao redor do fogão a lenha.Para um rapaz catarinense, acostumado a temperaturas mais baixas, o frio aqui do centro-oeste está aos pés do frio da cidade natal. Então você, leitor, pergunta: “mas então, para que quer o fogão guri?”. Ele diria, entre suspiros, que é pela saudade do passado e apego às lembranças da cultura.
Quando o frio pensava em bater à porta, a lenha já estava empilhada, rachada e seca, á espera de braços para carregá-las até o fogão, ou melhor, para a caixa de lenha, onde ficava a espera de ser queimada. Caixa de lenha que tinha vários modelos, todos ainda muito visíveis nas lembranças do guri: a tradicional, feita de madeira ou, a convencional, uma caixa de papelão.
O fogo era aceso cedo. Antes de o galo cantar, os gravetos já estavam para virar brasa, junto das grimpas de pinheiro, colhidas na tarde de poucos e rápidos raios de sol que surgiam dispostos a secar o campo.No estalar das brasas, a família do jovem ia se aconchegando ao redor do fogão a lenha. Das mãos do avô, o chimarrão ficava pronto. A segunda cuia era da avó, que enquanto provava do chimarrão, observava a chaleira com a água a ferver e, o barulho a embalar os primeiros pensamentos do dia. A cuia passava de mão em mão e dava ritmo aos causos contados e, aos afazeres do dia, que ali eram organizados.E o fogo continuava ali, esquentando a chapa do fogão e aquecendo uma boa prosa. Fogo este que durava quase o dia todo. Só tinha folga depois do almoço, quando o guri acabava com a tarefa que lhe era encarregada: lixar o fogão. O guri, com certeza, não gostava, mas, hoje, sente saudades.Este mesmo fogo o almoço cozinhava. Com mais alguns pedaços de lenha, as panelas mantinham-se quentes. O aroma da comida caseira preparada com carinho pelas mãos da mãe ou da avó ainda fazem o rapaz ficar com a boca cheia d’agua.E depois do almoço, não deixavam de provar um amendoim torrado com a casca no forno do fogão a lenha e, também, não resistiam a batata-doce, assada na brasa. Que refeição! Depois disso, só uma cesta.E as chaminés? Onde ficam elas nessa história?
Diferente da paisagem morta de concreto onde o jovem guri vive hoje, onde o verde cresce quase que por permissão divina, lá, onde as brasas aqueciam o fogão a lenha, o verde era abundante. Um local onde as pequenas propriedades, oriundas da agricultura familiar, tomavam conta da paisagem.

De manhã, então, ao abrir as janelas da casa, uma paisagem natural, como que pintada pelas mãos de Da Vinci, estavam à frente do rapaz. Os movimentos eram poucos: o vento balançava alguns galhos das araucárias, enquanto que a geada derretia lentamente. Ao horizonte, em meio às árvores e plantações, casas de madeira, poucas de material, com suas chaminés a marcar o espaço com a fumaça que, de cada uma delas, saía deixando seu rastro.Ainda pensativo, o jovem levanta da calçada. Aos poucos, busca enfrentar a nova realidade e seguir seu caminho.


AUTOR. Fabiano fachini, jornalista